sábado, 13 de outubro de 2012

O RENASCIMENTO
O termo Renascimento é comumente aplicado à civilização européia que se desenvolveu entre 1300 e 1650. Ele sugere que, a partir do século XIV, teria havido na Europa um súbito reviver dos ideais da cul­tura greco-romana. Mas na verdade foi um momento da História muito mais amplo e complexo onde ocorreram muitos progressos e incontáveis rea­lizações no campo das artes, da literatura e das ciências, que superaram a herança clássica. O ideal do humanismo foi sem dúvida o móvel desse progresso e tornou-se o próprio espírito do Renascimento. Num senti­do amplo, esse ideal pode ser entendido como a valorização do homem e da natureza, em oposição ao divino e ao sobrenatural , conceitos que haviam impregnado a cultura da Idade Media.Nas artes, o ideal humanista e a preocupação com o rigor cientifico podem ser encontrados nas mais diferentes manifestacões. Trabalhando ora o espaço, na arquitetura, ora as linhas e cores, na pintura, ou ainda os volumes, na escultura, os artistas do Renascimento sempre expressa­ram os maiores valores da época: a racionalidade e a dignidade do ser humano.A arquitetura renascentistaPara compreender melhor as idéias que orientaram as construções renascentistas, retomemos rapidamente a linha evolutiva da arquitetura religiosa.No início, a basílica cristã imitava um templo grego e constituía-­se apenas de um salão retangular. Mais tarde, no período bizantino, as plantas das igrejas complicaram-se num intrincado desenho octogonal. A época românica, por sua vez, produziu templos com espaços mais organizados. Já a arquitetura gótica buscou uma verticalidade exage­rada, criando espaços imensos, cujos limites não são claramente visíveis.No Renascimento, a preocupação dos construtores foi diferente. Era preciso criar espaços compreensíveis de todos os ângulos visuais, que fossem resultantes de uma justa proporção entre todas as partes do edifício.A principal característica da arquitetura do Renascimento, portanto, foi a busca de uma ordem e de uma disciplina que superasse o ideal de infinitude do espaço das catedrais góticas. Na arquitetura renascentista, a ocupação do espaço pelo edifício baseia-se em relações matemáticas estabelecidas de tal forma que o observador possa compreender a lei que o organiza, de qualquer ponto em que se coloque.Um dos arquitetos que pela primeira vez projetou edifícios que espelham esse ideal do Renascimento foi Filippo Brunelleschi (1377-1446).Brunelleschi é um exemplo de artista completo do Renascimento, pois foi pintor, escultor e arquiteto, além de dominar conhecimentos de Matemática, Geometria e de ser grande conhecedor da poesia de Dan­te. Foi como construtor, que realizou seus mais importantes trabalhos, entre eles a cúpula da catedral de Florença — conhecida também por igreja de Santa Maria del Fiore, o Hospital dos Inocentes e a Capela Pazzi, sendo nessa onde alcançou plenamente os objetivos da arquitetura renascentista. Aí, não é o edifício que possui o homem, mas este que, aprendendo a lei simples do espaço, possui o segredo do edifício.O Palácio Ducal de Urbino, cuja autoria do projeto é desconhecida, trata-se de outro exemplo de construção renascentista que revela o espírito científico e humanista da Renascença.

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